22 de janeiro de 2019

Cresce o movimento internacional para que o ex-presidente Lula receba o prêmio Nobel da Paz este ano. A União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT), central sindical da Tunísia e uma das vencedoras do prêmio Nobel da Paz de 2015 ao lado de outras três organizações de trabalhadores e direitos humanos, confirmou nesta semana o apoio à candidatura de Lula ao Prêmio Nobel da Paz de 2019.

O prazo para que novos apoiadores possam aderir à campanha termina no dia 31 de janeiro. A adesão pode ser feita por meio de um formulário disponível na página do Comitê Norueguês do Nobel.

abaixo-assinado para que seja efetivada a candidatura de Lula já passa de 476 mil assinaturas. Entretanto, são válidas para o comitê avaliador assinaturas de um grupo específico de pessoas. De acordo com o estatuto da Fundação Nobel, uma candidatura válida para o Prêmio Nobel da Paz requer assinatura de:

– membros de assembleias nacionais e governos nacionais (membros do gabinete ou ministros) de estados soberanos, bem como atuais chefes de Estado;
– membros do Tribunal Internacional de Justiça em Haia e do Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia;
– membros do Institut de Droit International;
– professores universitários, professores eméritos e professores associados de história, ciências sociais, direito, filosofia, teologia e religião;
– reitores universitários e diretores de universidades;
– diretores de institutos de pesquisa da paz e institutos de política externa;
– pessoas que receberam o Prêmio Nobel da Paz;
– membros da diretoria principal de organizações que receberam o Prêmio Nobel da Paz;
– membros, ex-membros e ex-assessores do Comitê Norueguês do Nobel.

O Comitê de Solidariedade Internacional ao ex-presidente Lula pede para que o apoio seja encaminhado também ao e-mail [email protected] que os organizadores da campanha possam acompanhar a evolução das adesões à candidatura de Lula.

Campanha ‘Lula Nobel da Paz’
A iniciativa para que Lula fosse indicado ao prêmio foi do arquiteto argentino Adolfo Pérez Esquivel, ativista dos direitos humanos, que recebeu o título no ano de 1980. Por meio do site change.org, Esquivel, que hoje está com 86 anos, explicou que sua ação é um reconhecimento às ações de Lula, que “desenvolveu políticas públicas para superar a fome e a pobreza em seu país, um dos mais desiguais no mundo”.

No manifesto enviado pelo argentino ao comitê julgador, Esquivel destaca três argumentos para justificar a premiação ao ex-presidente Lula, que segundo ele, deixou legado sem precedentes no combate à redução da pobreza e da fome no Brasil. Os três principais argumentos são:

1. Houve uma redução na taxa de desemprego próximo a 50%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. E uma criação de 15 milhões de novos empregos segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

2. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o coeficiente de Gini brasileiro foi 0,583 em 2003, e em 2014 foi 0,518, indicando que as políticas sociais implementadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) deixou um Brasil com menos desigualdade social, pois a desigualdade média caiu 0,9% ao ano, no período entre 2003-2016.

3. A implementação de programas de educação e saúde pública elevou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, desenvolvido pelo PNUD. Em 2010, chegou a US $ 10,607 dólares renda média anual, à expectativa de vida de 72,9 anos, a uma escolaridade de 7,2 anos de estudo e a uma expectativa de vida escolar de 13,8 anos.

Ainda segundo escreveu o ativista argentino na carta enviada ao comitê norueguês, “a paz não é somente a ausência da guerra, nem evitar a morte de uma ou muitas pessoas, a paz também é proporcionar esperança de futuro aos povos, em especial aos setores mais vulneráveis, vítimas da “ cultura do descarte” que nos fala o Papa Francisco”.

O Nobel
Criado no ano de 1901 O Prêmio Nobel é uma das mais prestigiadas premiações do mundo. Todos os anos, pessoas que fizeram pesquisas de grande valor para o bem do ser humano em diversas áreas, como Química, Física, Medicina, Literatura, Economia e Paz, são escolhidas e premiadas.

 

Partido dos Trabalhadores | Foto: Ricardo Stuckert