14 de setembro de 2019
Foto: Wikipedia

O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, preso na cidade de Curitiba, no sul do país, só pode receber duas visitas por semana. Uma hora. Nas quintas pela tarde, entre quatro e cinco horas. Tenho que esperar minha vez. E a lista de quem pode vê-lo é longa… Mas hoje, dia 12 de setembro, estamos aqui eu e Adolfo Pérez Esquivel, um vencedor do Prêmio Nobel da Paz.

Lula está na prisão, cumprindo pena de 12 anos e 1 mês “por corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, mas sem ter sido condenado definitivamente (ainda pode apelar) e apesar de seus acusadores não terem comprovado sua culpa. Tudo é uma farsa, como é possível ver nas demolidoras revelações do The Intercept, meio digital investigativo, dirigido por Glenn Greenwald. Lula foi vítima da arbitrariedade mais absoluta. Uma trama jurídica totalmente manipulada, destinada a arruinar sua popularidade e eliminá-lo da vida política, a assassiná-lo midiaticamente. Impedindo, desse modo que pudesse se apresentar e ganhar as eleições presidenciais de 2018. Uma espécie de “golpe de Estado preventivo”.

Além de ser julgado de forma absolutamente arbitrária e indecente, Lula foi linchado permanentemente pelos grandes grupos midiáticos dominantes – especialmente a Rede Globo –, a serviço dos interesses dos maiores empresários, com um ódio feroz e revanchista contra o melhor presidente da história do Brasil, que tirou da pobreza a quarenta milhões de brasileiros, e criou o programa Fome Zero… Não o perdoam… Quando faleceu seu irmão mais velho e mais próximo, Genival “Vavá” da Silva, não o deixaram ir ao enterro, apesar de ser um direito garantido pela lei. E quando seu netinho Arthur, de 7 anos, morreu de meningite, o seu preferido, só permitiram a ele estar uma hora e meia no velório. Humilhações, vexações, vinganças miseráveis…

Antes de ir à prisão – situada a sete quilômetros do centro de Curitiba –, nos reunimos com um grupo de pessoas próximas ao ex-presidente, para que nos expliquem o contexto.

Roberto Baggio, dirigente local do Movimento dos Sem Terra (MST), nos conta como se organizou a mobilização permanente que chamam de “Vigília”. Centenas de pessoas do grande movimento Lula Livre. Acampam em frente ao edifício da carceragem, organizando reuniões, debates, conferências, concertos… E três vezes por dia – às 9h, a às 14h30 e às 19h –, lançam a todo pulmão um sonoro “bom dia!”, “boa tarde!”, “boa noite, Presidente Lula”… segundo eles, “para que Lula nos ouça, para dar ânimo”, nos diz Baggio, “e para levar a ele a voz do povo… no começo, pensávamos que isso duraria cinco ou seis dias e que o Supremo Tribunal Federal (STF) o colocaria em liberdade… mas agora estamos organizados para um protesto popular prolongada…”.

Carlos Luiz Rocha é um dos advogados de Lula. Ele o visita quase todos os dias e nos conta que a equipe jurídica do ex-presidente questiona a imparcialidade do juiz Sérgio Moro – recompensado por Jair Bolsonaro com o Ministério da Justiça – e dos procuradores… “O The Intercept demostrou que Deltan Dallagnol, o procurador-chefe, confirmou pessoalmente que `no caso de Lula, a questão jurídica é pura filigrana… o problema é político”.

Rocha é relativamente otimista, porque, segundo ele, a partir do próximo 20 de setembro, Lula já terá cumprido parte da pena suficiente para poder obter prisão domiciliar. “Há outro elemento importante, enquanto a popularidade do Bolsonaro está em queda fortemente, as pesquisas mostram que a de Lula volta a subir… atualmente, já são mais de 53% os cidadãos que pensam que Lula é inocente. A pressão social vai sendo cada vez mais intensa a nosso favor”.

Juntou-se a nós a amiga Mônica Valente, secretaria de relações internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT) e secretária-geral do Foro de São Paulo.

Entre amigos, caminhamos na direção do edifício, onde Lula está preso. A visita está marcada para as 16h. Mas antes passamos pela Vigília, para cumprimentar as pessoas ali acampadas, e depois nos preparamos para as formalidades de entrada ao edifício carcerário. Não é uma prisão qualquer, mas sim a sede administrativa da Polícia Federal, que improvisou um local que serve de cela.

Só quatro pessoas podem entrar para ver Lula: Adolfo Pérez Esquivel e eu, acompanhados pelo advogado Carlos Luiz Rocha e Mônica Valente. O recepcionista é cordial, mas sem deixar de ser muito rígido. Ele confisca temporariamente os nossos telefones e nos faz uma minuciosa vistoria eletrônica. Só é permitido levar até o réu livros e cartas, e por sorte, porque Adolfo trouxe a ele 15 mil cartas de admiradores em um pendrive, que foi confiscado para verificação, e logo devolvido.

Lula está no quarto andar do edifício. Não o veremos em uma sala especial para visitas, e sim na própria cela, onde está preso. Subimos por um elevador até o terceiro andar, e de lá seguimos pelas escadas. No final do corredor, à esquerda, está a porta. Um guarda armado está sentado ao lado, e é quem nos abre. Nada disso se assemelha a uma prisão, exceto os guardiães. Parece um local administrativo e anônimo, cheio de escritórios. O carcereiro-chefe Jorge Chastalo (está escrito em sua camiseta), um sujeito alto, forte, loiro e olhos verde-azuis, com os antebraços tatuados, foi quem nos acompanhou. Um homem amável e construtivo, quem tem, suponho, relações cordiais com seu prisioneiro.

A habitação-cela é retangular. Entramos por um dos lados pequenos e a vemos em toda a sua profundidade. Como estamos sem os telefones, não posso tirar fotos, então tento fotografar mentalmente tudo o que observo. Tem uns seis ou sete metros de comprimento e uns três e meio de largura, o que seria um total de 22 metros quadrados de superfície. Ao lado direito, ao entrar, está o banheiro com chuveiro e privada, em um quarto específico. No fundo da cela há duas janelas quadrada com grades horizontais de metal pintadas de branco. Uns toldos de cor cinza prateado entrar a luz natural do dia, mas impedem ver o exterior. No ângulo esquerdo do fundo da cela está a cama individual, coberta com um edredom negro e um tapetinho no chão. Sobre a cama, pregadas na parede, cinco grandes fotografias coloridas do pequeno Arthur, recém falecido, e dos outros netos de Lula com seus pais. Ao lado, à direita, debaixo de uma das janelas, há uma mesinha de madeira clara, de estilo dos Anos 50, com duas gavetas vermelhas, sobrepostas. Aos pés da cama, um móvel também de madeira, que serve de suporte a um pequeno televisor negro de tela plana, com 32 polegadas. Ao lado dele, também contra a parede esquerda, há uma mesinha baixinha com uma cafeteira para fazer café. Ao lado desta, outro móvel quadrado e mais alto, que serve de suporte a uma jarra d´água e um galão de cor verde esmeralda, como as que se vê em alguns escritórios. A marca da água é Prata da Serra.

Em outro ângulo do fundo, à direita, há uma pequena academia de ginástica, com um banco coberto de falso couro negro, para exercícios, elásticos para musculação e uma grande caminhadora. Ao lado, entre a cama e a máquina de exercícios, um pequeno aquecedor elétrico sobre rodas. No alto da parede do fundo, sobre as janelas, há um ar condicionado branco.

No meio da habitação, uma mesa quadrada de 1,20 de lado, coberta com um pano de cores celeste e branco, e quatro cadeiras confortáveis, com descansos para os braços, de cor negra. Um quinto assento, uma poltrona, está disponível contra a parede direita. Finalmente, perto da parede que separa o quarto do banheiro, há um armário grande, de três colunas, mesclando cores branco e roble claro, e uma pequena estante ao lado direito, que serve de biblioteca.

Tudo era muito modesto e austero, até um pouco espartano para um homem que foi, durante oito anos, o presidente de uma das dez principais potências do mundo… mas tudo muito ordenado, bem limpo e organizado…

Com seu carinho de sempre, com um caloroso abraço e palavras genuínas de amizade e afeto, Lula nos acolhe com sua voz característica, rouca e potente. Veste uma camiseta do Corinthians, o time de futebol para o qual ele torce, uma calça cinza clarinha e uns chinelos tipo havaianas. Parece estar muito bem de saúde, robusto, forte: “caminho nove quilômetros diários”, diz ele. E em excelente estado psicológico: “estamos à espera de tempos melhores, por isso não estou pessimista, e nunca fui um depressivo, jamais, desde que nasci, e por isso não posso ser agora”, afirma.

Nos sentamos em torno da mesinha, ele diante da porta, de costas para a janela, Adolfo à sua direita, Mônica em frente, o advogado Rocha um pouco mais agastado, entre Adolfo e Mônica, e eu fico à sua esquerda. Sobre a mesa, há quatro estojos com de lápis de cores e canetas.

Entrego a ele os dois livros que trouxe, as edições brasileiras de “Cem horas com Fidel” e “Hugo Chávez, minha primeira vida”. Ele brinca sobre sua própria biografia, que está sendo escrita já há alguns anos, pelo nosso amigo Fernando Morais: “não sei quando ele a terminará… tudo começou quando eu deixei a Presidência, em janeiro de 2011. Alguns dias depois, fui a um encontro com os catadores de reciclados de São Paulo… estávamos debaixo de uma ponte, e ali havia uma menina que se aproximou e me perguntou se eu sabia o que tinha feito a favor dos catadores… aquilo me surpreendeu, e disse que, bom, tínhamos feito programas sociais em educação e saúde, em moradia, etc… e ela me disse `não, nada disso, o que você nos deu foi outra coisa: dignidade´… ¡uma menina! Eu fiquei impressionado, e comovido… e comentei com Fernando: “olha, seria bom fazer um livro com o que o povo pensa do que fizemos no governo, o que pensam os funcionários, os comerciantes, os empresários, os trabalhadores, os camponeses, os professores… perguntando a eles, reunindo as respostas… Fazer um livro não com o que eu posso contar da minha Presidência, mas sim com o que o próprio povo diz… esse era o projeto… (ele ri) mas o Fernando se lançou em uma missão titânica porque quer ser exaustivo… só escreveu sobre o período 1980-2002, ou seja, antes de eu chegar à Presidência… e já é um tom colossal… porque nesse período de 22 anos ocorreram tantas cosas… fundamos a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o PT, o MST, lançamos as campanhas pelas Diretas já!, e a favor da Constituinte… transformamos o país… o PT se tornou o maior partido do Brasil… e devo lembrar que ainda hoje, neste país, só existe um partido verdadeiramente organizado, que é o nosso, o PT”.

Perguntamos sobre seu estado de Ânimo. Ele lembra que “hoje cumpri 522 dias desde a minha entrada nesta prisão, naquele sábado 7 de abril de 2018… e exatamente ontem, se cumpriu um ano do dia em que tive que tomar a decisão mais difícil, escrever a carta na que renunciei a ser candidato às eleições presidenciais… estava nesta cela, sozinho, e com uma dúvida, porque sentia que estava cedendo aos desejos dos meus adversários… impedir minha candidatura… foi um momento duro, dos mais duros da minha vida… e eu aqui, completamente só… e pensava `isso é como dar à luz com muita dor e sem ninguém que segure a sua mão´”.

Ele abre o livro “Cem horas com Fidel” e me diz: “Conheci o Fidel em 1985, exatamente em meados de julho de 1985… estava em Havana pela primeira vez, participando da Conferência Sindical dos Trabalhadores da América Latina e do Caribe sobre a Dívida Externa… eu já havia saído da CUT, já não era sindicalista, meu tempo estava todo dedicado a ser secretário-geral do PT e era candidato para as eleições legislativas do ano seguinte… mas não havia só sindicalistas nessa Conferência, porque Fidel também convidou intelectuais, professores, economistas e dirigentes políticos. Lembro que era mais ou menos às 17h, no Palácio do Congresso, Fidel presidia a sessão e aquilo estava muito monótono, então ele fez algo que me surpreendeu, porque não nos conhecíamos pessoalmente, e ele me mandou uma mensagem por um bilhetinho, perguntando se eu iria falar, e eu respondi que não, pois não estava previsto. Então, ele me enviou outro bilhete, quase dando uma ordem: você tem que falar, e será o último, vamos encerrar com você´… mas a CUT não queria de nenhuma forma que eu tomasse a palavra… então eu não sabia o que fazer… nisso, era já 19h, e da presidência da mesa, surpreendentemente, o Fidel anuncia que eu tenho a palavra… então me vi obrigado a toma-la, me levantei e fui à tribuna… e comecei a falar, sem tradução… fiz um longo discurso, e terminei dizendo companheiro Fidel, quero dizer aos amigos e amigas aqui reunidos que os Estados Unidos tentam por todos os meios nos convencer de que são invencíveis, mas Cuba já os venceu, o Vietnã já os venceu, a Nicarágua já os venceu, e El Salvador também os vencerá… não temos que ter medo deles!´… houve fortes aplausos. Bom, termina a jornada e eu vou à casa onde estava hospedado, no Laguito… e quando chego, quem estava esperando na entradinha da casa? Fidel e Raúl! Os dois estavam lá sentados me aguardando… Fidel começou a perguntar onde eu havia aprendido a falar assim, e então eu contei sobre a minha vida… e assim foi como nos tornamos amigos para sempre”.

E Lula acrescenta: “devo dizer que Fidel sempre foi muito respeitador, nunca me deu um conselho que não fosse realista. Nunca me pediu para fazer loucuras. Uma pessoa prudente, moderada, um sábio, um gênio”.

Lula então perguntou a Pérez Esquivel, que preside o comitê internacional a favor do Prêmio Nobel da Paz ao ex-presidente brasileiro, como avança esse projeto. Adolfo dá os detalhes do grande movimento mundial de apoio a essa candidatura, e diz que o premio costuma der anunciado, em geral, no começo de outubro, ou seja, dentro de menos de um mês… e segundo suas fontes este ano será para uma figura da América Latina, e mostrou que está otimista.

Lula insiste em que é decisivo o apoio da Alta Comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas, a chilena Michelle Bachelet. Ele diz que essa é a “batalha mais importante”. Mas não a vê fácil. Então, nos conta uma anedota: “há alguns anos, quando eu já tinha saído da Presidência, me propuseram ao Prêmio Nobel da Paz. Um dia, me encontrei com a rainha consorte da Suécia, Silvia, esposa do rei Carlos XVI Gustavo. Ela é filha de uma brasileira, Alice Soares de Toledo, então falamos mais à vontade. E ela me disse: `enquanto você for amigo do Chávez, não creio que isso possa avançar muito… se afaste do Chávez e terá o Prêmio Nobel da Paz´, assim são as coisas”.

Eu pergunto a ele o que acha destes primeiros oito meses de governo de Jair Bolsonaro. “O Bolsonaro está entregando o país”, responde ele. “Eu estou convencido de que tudo o que está ocorrendo está baseado na tomada da tomada da Petrobras pelos interesses estrangeiros… por causa da enorme jazida de petróleo do Pré-Sal, o maior do mundo, com reservas fabulosas, de qualidade altíssima, descoberto em 2006, em nossas águas territoriais, embora esteja em grandes profundidades, a mais de seis mil metros, sua riqueza é de tal dimensão que justifica tudo… poderia lembrar também que a reativação da Quarta Frota, por Washington, que patrulha toda a costa atlântica da América do Sul, foi decidida quando o Pré-Sal foi descoberto. Por isso, nós, junto com a Argentina, a Venezuela, o Uruguai, o Equador, a Bolívia, etc… criamos o Conselho de Segurança da Unasul (União das Nações Sul-Americanas)… é um elemento determinante”.

“O Brasil – prossegue Lula – sempre foi um país dominado pelas elites, voluntariamente submetidas pelos Estados Unidos… só quando nós chegamos ao poder, em 2003, o Brasil começou a ser protagonista… entramos no G20, fundamos os BRICS (com Rússia, Índia, China e África do Sul), organizamos os Jogos Olímpicos em um país emergente pela primeira vez, e também uma Copa do Mundo de futebol… nunca houve tanta integração regional na América Latina… por exemplo, nosso comércio com outros países do Mercosul era de 15 bilhões de dólares, e quando terminei meus dois mandatos esse número saltou para 50 bilhões… até com a Argentina, quando cheguei nós tínhamos cerca de 7 bilhões em comércio, e passamos a 35 bilhões… os Estados Unidos não querem que sejamos protagonistas, que tenhamos soberania econômica, financeira, política, industrial e menos ainda militar. Não querem, por exemplo, que o Brasil assine um acordo com a França para um submarino nuclear. Nós avançamos nesse sentido com o presidente François Hollande, e o Bolsonaro reverteu a decisão. Até essa miserável declaração, tão espantosamente antifeminista, contra a Brigitte, esposa do presidente Emmanuel Macron, é preciso que situemos nesse contexto”.

O tempo da visita está terminando. Falamos de muitos dos seus amigos e amigas que exercem ainda mais responsabilidades políticas de muito alto nível em diversos países ou em organizações internacionais. Nos pede que transmitamos a todas e todos seu abraço mais afetuoso, e agradece sua solidariedade.

Insiste em contar o seguinte: “digam que estou bem, como vocês podem constatar. Sou consciente de porque estou preso. Sei muito bem. Não ignoro a quantidade de processos que há contra mim. Não creio que eles me soltem. Se o STF me declara inocente, já há outros preparados para que eu nunca saia daqui. Não me querem livre para não correr nenhum risco… isso não me dá medo… estou preparado para ter paciência… e dentro do que cabe, tenho sorte… se isto fosse há cem anos, já teriam me enforcado, ou fuzilado, ou esquartejado… para dar o exemplo do que se faz com qualquer forma de rebeldia… tenho consciência do meu papel… não vou abdicar… sei da minha responsabilidade com o povo brasileiro… estou preso, mas não me queixo, me sinto mais livre que milhões de brasileiros que não comem, não trabalham e não têm casa… parece que estão livres, mas estão presos em sua condição social, da qual não podem fugir…

Prefiro estar aqui sendo inocente, que fora sendo um culpado… a todos os que acreditam na minha inocência, eu digo: não me defendam só com a fé cega… leiam as revelações do The Intercept. Lá está tudo, argumentado, provado, demonstrado. Defendam-me com argumentos… elaborem uma narrativa, um relato… quem não elabora uma narrativa, no mundo de hoje, perde a guerra.

Estou convencido de que os juízes e os procuradores que montaram a manipulação para me prender não dormem com a tranquilidade que eu tenho. São eles os não têm a consciência tranquila. Eu sou inocente. Mas não vou ficar de braços cruzados. O que vale é a luta”.

Carta Maior | Traduzido por Victor Farinelli.